Haddad recebe representantes do hip-hop
HADDAD SE REÚNE COM MOVIMENTO HIP-HOP E DISCUTE REALIZAÇÃO DE PANCADÕES
Prefeito recebeu representantes do movimento hip-hop e disse que o município tem buscado espaço para que as festas sejam realizadas
O prefeito Fernando Haddad se reuniu nesta segunda-feira (22/04) com representantes do hip-hop para discutir formas de incentivo ao movimento na cidade. Durante o encontro, os participantes questionaram a postura da Prefeitura em relação aos "pancadões" que são realizados periferia da capital paulista.
"Nós não estamos fazendo parte de nenhuma Operação Pancadão na Prefeitura de São Paulo. É uma atividade exclusiva do Governo do Estado que a mim nem foi apresentada", disse Haddad. "Nossa ação é no sentido de criar condições para que as pessoas tenham alternativas para que isso aconteça sem necessidade de repressão. Um baile no sambódromo não vai incomodar ninguém", afirmou o prefeito.
"Temos que buscar espaços para que essas festas aconteçam, temos que garantir esses direitos. Nós já colocamos o hip-hop no aniversário da cidade, já colocamos ele de volta à Virada Cultural. E agora vamos organizar políticas específicas", afirmou o secretário de Cultura, Juca Ferreira, também presente ao encontro.
DEMANDAS
Durante a reunião, realizada no gabinete do prefeito, os participantes elencaram as principais demandas do movimento, como a qualificação de profissionais para oficinas, a ampliação do hip-hop como ferramenta de diálogo com a periferia paulistana e a criação de um grupo de trabalho intersecretarial na própria gestão municipal.
"A função do hip-hop em São Paulo é justamente essa: acabar com o apartheid. Nós não podemos ficar fazendo movimentos centrais e não chegar nas pontas. E nas pontas o Estado só chega de um jeito: com a morte das pessoas. Às vezes os grupos locais dão conta de entender a cidade", afirmou o rapper Pirata, do Fórum Municipal do hip-hop. "A gente entende que o Poder Público tem um papel de patrocinar o hip-hop, da mesma maneira que patrocina um show da Ivete Sangalo. O Estado tem de ser um parceiro", disse Israel, do coletivo Literatura Urbana.
"A gente poderia ocupar mais esses espaços que estão ociosos em São Paulo e fazer um outro ambiente no centro", propôs Linha Dura, da Rede Fora do Eixo. "A gente sabe dialogar. A gente consegue dialogar, por exemplo, com imigrantes, o que o Estado não consegue fazer. Mas a gente não se vê representado nos espaços de relação de poder", afirmou o rapper Paniquinho, do grupo Fator Ético.
MAIS PARTICIPAÇÃO
Uma das alternativas discutidas foi a inclusão de representantes do movimento no Conselho da Cidade. "Nós convidamos pessoas do hip-hop para participar. Se houver vontade política, o Conselho da Cidade está aberto. É uma maneira a mais de voces participarem da interlocução conosco", disse Haddad. "Havendo a disposição de diálogo, para nós está tudo bem. Para nós não interessa que haja nenhum tipo de enfraquecimento do movimento de vocês", afirmou o prefeito.
"A gente em São Paulo não se dá conta que a Prefeitura é uma força, mas não é a única nem a maior. Tem muita coisa espontânea e que às vezes precisa apenas de suporte, sem se imiscuir na agenda daquele movimento", disse Haddad.
O prefeito ainda destacou a importância da Secretaria de Cultura no manejo de políticas públicas transversais. "Eu vejo o Juca como um coordenador. Por exemplo, nós estamos induzindo o SESI a investir num centro cultural em Itaquera. Tem esse conceito que nós estamos trabalhando. Nós podemos estar em muitas escolas, sobretudo se quebrar o preconceito contra culturas populares", disse o prefeito. "Por isso a Cultura tem que controlar os equipamentos culturais dos CEUs. Às vezes o diretor do CEU tem uma visão careta sobre o hip-hop'. Tem muito campo para a gente trabalhar", finalizou Haddad.
OPERAÇÃO DELEGADA
O prefeito Fernando Haddad descartou que ações da Polícia Militar no fim de semana nos pancadões estejam relacionadas à Operação Delegada. "Nós identificamos 5 subprefeituras com alto índice de homicídio entre a população mais pobre. Em função disso, decidimos alterar a Operação Delegada para realizar uma abordagem diferenciada nessas áreas e fazer brotar uma cultura de paz", afirmou Haddad.
"A nossa ação é ocupar o território junto com a comunidade. Nossa linha vai nessa direção. A Operação Delegada tem essa desvantagem: tudo que a Polícia Militar fizer daqui para frente, parece que a Prefeitura atua junto", completou o prefeito.
Prefeito recebeu representantes do movimento hip-hop e disse que o município tem buscado espaço para que as festas sejam realizadas
O prefeito Fernando Haddad se reuniu nesta segunda-feira (22/04) com representantes do hip-hop para discutir formas de incentivo ao movimento na cidade. Durante o encontro, os participantes questionaram a postura da Prefeitura em relação aos "pancadões" que são realizados periferia da capital paulista.
"Nós não estamos fazendo parte de nenhuma Operação Pancadão na Prefeitura de São Paulo. É uma atividade exclusiva do Governo do Estado que a mim nem foi apresentada", disse Haddad. "Nossa ação é no sentido de criar condições para que as pessoas tenham alternativas para que isso aconteça sem necessidade de repressão. Um baile no sambódromo não vai incomodar ninguém", afirmou o prefeito.
"Temos que buscar espaços para que essas festas aconteçam, temos que garantir esses direitos. Nós já colocamos o hip-hop no aniversário da cidade, já colocamos ele de volta à Virada Cultural. E agora vamos organizar políticas específicas", afirmou o secretário de Cultura, Juca Ferreira, também presente ao encontro.
DEMANDAS
Durante a reunião, realizada no gabinete do prefeito, os participantes elencaram as principais demandas do movimento, como a qualificação de profissionais para oficinas, a ampliação do hip-hop como ferramenta de diálogo com a periferia paulistana e a criação de um grupo de trabalho intersecretarial na própria gestão municipal.
"A função do hip-hop em São Paulo é justamente essa: acabar com o apartheid. Nós não podemos ficar fazendo movimentos centrais e não chegar nas pontas. E nas pontas o Estado só chega de um jeito: com a morte das pessoas. Às vezes os grupos locais dão conta de entender a cidade", afirmou o rapper Pirata, do Fórum Municipal do hip-hop. "A gente entende que o Poder Público tem um papel de patrocinar o hip-hop, da mesma maneira que patrocina um show da Ivete Sangalo. O Estado tem de ser um parceiro", disse Israel, do coletivo Literatura Urbana.
"A gente poderia ocupar mais esses espaços que estão ociosos em São Paulo e fazer um outro ambiente no centro", propôs Linha Dura, da Rede Fora do Eixo. "A gente sabe dialogar. A gente consegue dialogar, por exemplo, com imigrantes, o que o Estado não consegue fazer. Mas a gente não se vê representado nos espaços de relação de poder", afirmou o rapper Paniquinho, do grupo Fator Ético.
MAIS PARTICIPAÇÃO
Uma das alternativas discutidas foi a inclusão de representantes do movimento no Conselho da Cidade. "Nós convidamos pessoas do hip-hop para participar. Se houver vontade política, o Conselho da Cidade está aberto. É uma maneira a mais de voces participarem da interlocução conosco", disse Haddad. "Havendo a disposição de diálogo, para nós está tudo bem. Para nós não interessa que haja nenhum tipo de enfraquecimento do movimento de vocês", afirmou o prefeito.
"A gente em São Paulo não se dá conta que a Prefeitura é uma força, mas não é a única nem a maior. Tem muita coisa espontânea e que às vezes precisa apenas de suporte, sem se imiscuir na agenda daquele movimento", disse Haddad.
O prefeito ainda destacou a importância da Secretaria de Cultura no manejo de políticas públicas transversais. "Eu vejo o Juca como um coordenador. Por exemplo, nós estamos induzindo o SESI a investir num centro cultural em Itaquera. Tem esse conceito que nós estamos trabalhando. Nós podemos estar em muitas escolas, sobretudo se quebrar o preconceito contra culturas populares", disse o prefeito. "Por isso a Cultura tem que controlar os equipamentos culturais dos CEUs. Às vezes o diretor do CEU tem uma visão careta sobre o hip-hop'. Tem muito campo para a gente trabalhar", finalizou Haddad.
OPERAÇÃO DELEGADA
O prefeito Fernando Haddad descartou que ações da Polícia Militar no fim de semana nos pancadões estejam relacionadas à Operação Delegada. "Nós identificamos 5 subprefeituras com alto índice de homicídio entre a população mais pobre. Em função disso, decidimos alterar a Operação Delegada para realizar uma abordagem diferenciada nessas áreas e fazer brotar uma cultura de paz", afirmou Haddad.
"A nossa ação é ocupar o território junto com a comunidade. Nossa linha vai nessa direção. A Operação Delegada tem essa desvantagem: tudo que a Polícia Militar fizer daqui para frente, parece que a Prefeitura atua junto", completou o prefeito.
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