São Paulo, 17 de outubro de 2007 – No sábado sem carro proposto pela prefeitura á população paulistana, eu estava caminhando na rua Vinte Quatro de Maio, no centro no horário das 17:00h . De repente um vendedor de produtos na rua grita correndo:
- O gelo.
Neste momento entra pela via de pedestre dois carros da guarda metropolitana numa velocidade de quase 50 km/hora. Foi aquele corre-corre de micro empresários informais perdendo suas mercadorias. Manufaturas que são fabricadas pela industria formal, depois se tornam ilegais, porque o estado deixou de captar os impostos sobre elas. A fórmula mágica dos caixas 2,3,4 ... Voltando ao meu dia de não cidadão. Os guardas agiram como estivessem prendendo criminosos e não trabalhadores desempregados. A brutalidade foi estúpida, tanto com essas pessoas que vendem nas ruas e quanto aos cidadãos que estavam transitando sem carro pela capital. Neste momento violento oferecido pelo município, eu colei na vitrine da agência do banco do Brasil para não ser atropelado; É... Nem imaginava que seria de outra forma. Quando houve a possibilidade seguir a minha rota, aparece um guarda metropolitano na minha frente impedindo o meu direito ir e vir. Ele coloca a mão em meu peito barrando a minha passagem e diz é policia, e iria me revistar. Disse para ele que não era e que ele estava me confundido um vendedor de rua. Ai vem toda a tropa azul para cima de mim, empurrando-me para próximo a uma viatura deles, e diziam para eu colocar as mãos sobre o porta malas para ser revistado. O super guarda que começou tudo, bate em minha cabeça e tira a minha bombeta, esbravejando:
-Quando a polícia te mandar encostar se tem que obedecer.
Então revistaram-me com truculência, depois de verificarem que estavam fazendo besteira, começou o jogo do guarda bom e mau. Uns diziam que tenho que obedecer, outros que tenho meus direitos, isso já era 17h: 27m da tarde.
- Tô vendo que você é estudante. Falou o tal guarda bom.
- Eu não sou estudante. E vocês não têm o direito de fazer isso. Barram-me só porque tenho o estereotipo padrão (bombeta, calça larga e camiseta); respondi.
- O que você está fazendo na cidade? Ele me questionava.
- Eu moro aqui e tenho o direito ir e vir, sou cidadão.
- Você tem preocupar-se com você e não com outras pessoas? Dava-me uma dica de comportamento.
- Só que faço parte de um coletivo! Respondi. Lógico que tentei evitar o debate porque era arriscando, mesmo estando numa via publica movimentada. As pessoas me olhando, essa fora a razão de me senti constrangido, estava perante aqueles homens e mulheres de azul, eles estavam violado o meu direito, e eu só tinha minha voz para evitar tal humilhação que passei.
- Se você acha que agimos de forma brusca, pode denunciar-nos na corregedoria da Guarda Metropolitana que fica na Rua Augusta, 437; Era o dever deles me informar sobre a busca da reparação.
Então perguntei ao que me interrogava qual era o nome do guarda que começou tudo, então ele contou que só sua superior poderia dar essa informação. Percebi que justo o que me questionou sobre o coletivo, agia da mesma forma defendendo a sua corporação. Então a chefe Simoni assim estava escrito na sua identificação, algo que o guarda que me parou não tinha. Ela negou-me a informação disse que resolveria qualquer problema de seus subordinados, falando para eu anotar o código de sua viatura 10127. Depois que consegui de volta o meu cotidiano e acalmei, e tentar obter o meu direito negado. Primeiro perguntei para os soldados de um posto da policia militar, localizado na esquina da Biblioteca Municipal, as 17h: 40m, se eu poderia fazer o BO da tal abordagem, eles me instruíram que sim, desde que eu fosse a uma delegacia. Lá no quarto distrito policial, que fica perto da Rua Augusta. O escrivão não achou que houvesse um crime e foi perguntar ao delegado que estava nas escadas. Esse me olhou dos pés a cabeça e resmungou que era normal ser revistado. O escrivão aconselhou-me a ir a corregedoria da guarda, mesmo com a minha desconfiança no corporativismo.. Cheguei no local, isso já eram 18:00h, era hora da troca de plantão, então pediram para esperar. Aparece o guarda Álvaro, sem uniforme e interroga-me no saguão do prédio. Contei a história, ele me perguntou se eu era um camelo. Disse que era rapper, operador de call center (sem grana não vivo) e jornalista. Neste momento me fitou e pediu para esperar a tal troca de plantão.
O guarda Álvaro grita meu nome e pede para ir ao andar acima da garagem. È que eu esperei trinta minutos no mesmo local que entrei no saguão do prédio. Quando chego na sala que havia dois armários de madeira como divisória, três computadores sobre uma mesa e o guarda que anotaria minha ocorrência. O guarda Álvaro deve ser muito bom no que faz, ele anotou tudo em uma folha de papel, a interpretação do que falei. Incrível, até sabia qual era o numero da BO, 193. Vejamos! Numa troca de plantão o substituto do outro oficial, já sabia toda a ocorrências do dia. Hum! Depois que eu descrevia tudo, o guarda dedicado pediu para o escrevente anotar tudo que ele havia anotado. Leu para mim e depois pediu para eu ler, só não me deu uma cópia do tal boletim de ocorrência. Teria direito desse tal documento, será? Falei que queria ver as fotos para reconhecer o tal guarda que me parou. Ele se justificou que o sistema não estava funcionado e eu teria que voltar na segunda fazer o reconhecimento. Pelo jeito o sistema não funciona mesmo! Etá! Sistema! A idéia de guardar um rosto desconhecido por dois dias seria um grande teste, algo que não quis fazer. Mas fica-me o questionamento: A prefeitura trabalha por sistema de rede, gerenciada pela Prodam, então não seria mais eficiente para a corregedoria ter o arquivo de fotos em rede, que poderia ser visto por outro computador? Hum... Mas o Álvaro anotou fato no BO 193. Na segunda não compareci na corregedoria, porque tinha que trabalhar e o curso a noite. Antes que alguém julgue, eu estou esperando a ligação ou carta de comparecimento até agora. Será que cai no golpe do BO 193. Hum! E ae! Prefeito Kassab sua gestão não é voltada eficiência de atendimento ao cidadão? Qual? O que votará em você ou no que faz parte da população.
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